quarta-feira, 8 de junho de 2011

Vendaval provoca morte, quedas de árvores, apagão e onda no Pinheiros


Tempo fechado e ventos de até 81 km/h causaram ontem uma morte e vários transtornos em São Paulo, incluindo apagões em semáforos e no fornecimento de energia elétrica, telefonia e internet. Na região central, uma pessoa morreu depois de ser atingida por uma árvore. O vendaval também obrigou um avião a arremeter quando tentava pousar no Aeroporto de Congonhas, na zona sul. O mau tempo causou ainda um fenômeno inusitado: a formação de ondas no Rio Pinheiros.
Até as 22 horas de ontem, caíram na capital, segundo o Corpo de Bombeiros, pelo menos 29 árvores. Uma delas atingiu três carros na Alameda Glete, região central, por volta das 18h50. Uma pessoa morreu esmagada e outra foi levada em estado grave para o Hospital das Clínicas. As vítimas não foram identificadas até o fim da noite.
O taxista Laércio Geraldo de Santana, 44 anos, perdeu o carro, mas escapou com vida. 'O semáforo estava fechado quando a árvore caiu. Gritei para o passageiro, abri a porta e saí correndo. É uma sensação estranha, como se o mundo estivesse acabando.'
Moradores de várias regiões da capital e de parte do ABC Paulista foram afetados pela falta de energia elétrica durante a tarde de ontem. Em Moema, na zona sul, estabelecimentos comerciais fecharam as portas nos arredores da Avenida Ibirapuera, por causa do mau tempo. 'Olhei para a rua e os comércios começaram a fechar. Era muito vento e chuva', conta a gerente administrativa Andrea Minelli. 'A empresa ficou parada. Praticamente encerrou o expediente.'
Segundo a AES Eletropaulo, objetos arremessados pelo vento contra os fios foram os principais causadores dos apagões. A companhia não informou quantas pessoas foram prejudicadas pelo problema, mas admitiu interrupções de energia 'pontuais' em sete bairros. A reportagem apurou, no entanto, que o problema afetou pelo menos 15.
Trânsito. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), 71 semáforos ficaram 'inoperantes' no fim da tarde, prejudicando o trânsito - às 19 horas, havia 185 km de congestionamento. 'Geralmente levo uma hora para chegar em casa', disse a pedagoga Marília Antunes, professora de uma escola de línguas na Rua Domingos de Morais, zona sul. Ontem, porém, sua expectativa era fazer o percurso em pelo menos duas horas e meia. 'Foi o que levei da última vez em que travou tudo assim. Algumas mães também ligaram para avisar que chegariam atrasadas para pegar seus filhos.'
Mesmo moderada, a chuva que atingiu a capital trouxe raios e trovões e provocou quatro pontos de alagamento, algo incomum nesta época do ano.
Aviação. O mau tempo afetou também aeroportos. Um avião vindo de Florianópolis teve de arremeter por causa do vento, ao chegar ao Aeroporto de Congonhas, na zona sul, às 13 horas. Não houve necessidade de transferir o pouso para outro aeroporto. Depois de realizar a manobra, a aeronave pousou na zona sul sem problemas. O vento causou o fechamento do aeroporto entre 17h46 e 18h03. Segundo a Infraero, não houve necessidade de cancelar ou alternar voos.
No Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, os ventos chegaram a 124 km/h. O aeroporto não chegou a fechar, mas teve de operar por instrumentos entre 16h38 e 17 horas. No total, 26 voos tiveram de ser desviados para os Aeroportos de Viracopos e Bauru, no interior, Galeão, no Rio, e Confins, em Minas.No interior, o vendaval foi ainda pior. Em Campinas, foram registradas rajadas de até 125 km/h em Viracopos, prejudicando pousos e decolagens. Em Ribeirão Preto, a poeira levantada pelo vento diminuiu a visibilidade dos pilotos.
Causa. Os vendavais no País foram provocados por um ciclone extratropical, entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O fenômeno é causado pela baixa pressão atmosférica e, associado à chegada de frentes frias, favorece o surgimento de ventos fortes. A previsão é de baixas temperaturas e chuva até o fim de semana em todo o Estado.



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